There's no way to live in simple dreams..

O sol já tocava no horizonte. O carro ia cheio com família. Os rapazes estavam numa brincadeira qualquer, eu só ouvia as vozes ao longe. Na rádio, passava smooth jazz. Ao passar na ponte via-se o dourado do pôr do sol a aquecer as cores sombrias do rio. Eu via tudo isto, mas não estava ali. A minha cabeça não estava naquele presente. Na minha cabeça, estavam as coisas que não estão a correr tão bem. Os imprevistos, os percalços. Como os vou resolver? Na minha cabeça estão mil e uma coisas. No coração, está o medo. Este, o coração, começa a bater velozmente. Mais uma vez como se quisesse fugir, ele, o coração. Estou com medo, diz ele, o coração. As mãos começam a suar frio, a boca fica seca, duvido se consigo inspirar de novo. Não sei se o ar vai entrar neste peito apertado. Imagino onde e como vou parar o carro ali mesmo, encostar e sair. Não interessa como ou para onde, o que interessa é sair. Não. Não quero a atenção, nem as perguntas que se iriam seguir. Mas não, principalmente porque já sei o que é. E ela, a cabeça, fala com o coração: 

"Bate com a força que quiseres. Vai passar. Mesmo que não corra bem, tu consegues resolver. Tu con-se-gues."  

E assim passou. Sem ninguém se aperceber dentro daquele carro, que debaixo dos meus óculos de sol estavam lágrimas presas por um fio. Que dentro do meu peito tinha passado um tornado. E que na minha cabeça estava orgulho porque ter conseguido resolver aquele momento. Pelo menos, aquele momento. Quem sofre de perturbação de pânico sabe o terror que temos que estes momentos voltem a acontecer. Eu tenho a dizer.. que sim. Voltam. E depois? E depois resolvemos. 

Já aqui falei deste assunto e sei o quanto a partilha ajuda a quem esteja a passar pelo mesmo e sei que são muitas pessoas. 

Deveria-se investir mais na saúde mental a nível mundial pois é dos maiores problemas dos nossos tempos. Não conheço ninguém, repito, ninguém que nunca tenha passado por um problema de saúde mental, seja ele depressão, ansiedade ou qualquer outra variação. 

Felizmente, consegui encontrar (a minha ideal) ajuda profissional. E até hoje foi o maior e melhor investimento que fiz por mim própria. E só penso que quem dera que toda a gente tivesse acesso a esta ajuda. Não, a psicologia não é só para os maluquinhos. Sendo que somos todos. Maluquinhos.  

Eu vou ter sempre esta tendência quando estiver a viver momentos tensos na minha vida. Eu já sei. Conheço-me e aceito-me, por muito que sofra com isso. Não me revolto e não é fácil, mas aceito. 

Neste momento, sinto-me com experiência suficiente para poder aconselhar:

Procurem a vossa ajuda. Seja ela qual for. Pedir ajuda é um sinal de força, de maturidade e de coragem. Acreditem, vai valer a pena. 

Este artigo a ler. 

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The sun was touching the horizon. The car was filled with family. The boys were playing in the back, I just heard voices in the distance. On the radio was smooth jazz. When passing the bridge i could see the golden sunset warming the dark colors of the river. I saw all this, but i was not there. My head was not at that present. In my mind, were the things that aren't going so well. The unforeseen mishaps. How will i solve them? In my head were a million things. In my heart, fear. The heart starts beating fast. Again and as if it wants to flee, the heart. I'm afraid, says the heart. The hands start to sweat, the mouth becomes dry, I doubt if I can inhale again. I don't know if the air will get into this tight chest. I wonder where and how can I stop the car right there, pull over and get out. No matter how or where, what matters is to just get out. No. I don't want the attention, or the questions that would follow. But no, mainly because I know what it is. And the head, speaks to the heart:

"Strike with the power you want. It will pass. Even if it all goes wrong, you will manage to solve it. You can-do-it."

And so it went away. Without anyone realizing inside that car, that under my sunglasses were tears trapped by a thread. That in my chest had passed a tornado. And that in my head i was proud because i had been able to solve that moment. At least that moment. Anyone who suffers from panic disorder knows the terror that we have of these moments happening again. I have to say .. yes. They will happen. And then what? And then we deal with it.

I have already spoken of this subject and i know how sharing helps those who are going through the same and I know they are many.

It should be more investmet in mental health worldwide speaking because it's one of the major problems of our times. I don't know anyone, I repeat, no one who has never experienced a mental health problem, be it depression, anxiety or any other variation.

Fortunately, I managed to find (my ideal) professional help. And today i know it was the biggest and the best investment I made for myself. And I just think, I wish that everyone could have access to this help. No, psychology is not only for crazy cucus. Since we all are - crazy.

I will always have this tendency when living tense moments in my life. I know it. I know myself and i accept myself even if it hurts sometimes. It's rough and not easy, but I accept it.

At this point, I've experienced enough to advise:

Seek your help. Whatever it may be. Asking for help is a sign of strength, maturity and courage. Believe me, it will be worth it.

Now playing : Tallest man on earth - Rivers. 

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Sofia 

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