Someone else wrote what i feel..

19.9.15

há uns dias encontrei um artigo aqui. em forma de carta, cada uma das linhas descreve o que vivo na pele há muitos anos. hoje sei conviver com algo que sei que poderá ser crónico. já consigo sair de casa, sair sozinha e viver situações que noutra altura me assustariam mas há dias que não é fácil. há dias em que é duro. mas o que faz aguentar são todos os outros dias que vêem a seguir. aqueles que mesmo vivendo com a ansiedade consigas desfrutar da vida. aos poucos. um minuto de cada vez. esta carta é aquela que gostava de escrever aqueles que me amam. porque há dias que também não é fácil para eles.


"deixa-me começar por esclarecer uma coisa. quando me refiro á minha "ansiedade",  não falo apenas dos meus medos ou situações que me fazem sentir nervosa. não falo sobre o tipo de ansiedade que todo mundo experimenta ao longo da sua vida. falo sobre o transtorno de ansiedade generalizada (GAD) - uma condição mental que afeta quase todos os aspectos da minha vida, de uma forma ou de outra.
provavelmente já percebeste todos os meus comportamentos nervosos: cancelar os planos á última hora. inventar desculpas para ficar em casa. roer unhas e a súbita vontade de chorar. falta de ar, agitação, temer novas situações, a incapacidade de ir a lugares sozinha e ataques de pânico.

eu tento esconder minhas lutas, mas eu sei que tu as vês. tu vês porque te importas. e porque te importas, muitas vezes tentas ajudar. dizes para fazer respirações profundas. dizes-me para me acalmar ou para parar de me preocupar. com boas intenções, citas Philippians 4:6 para mim. "Não andeis ansiosos por coisa alguma, mas em todas as situações, pela oração e súplica, com ações de graças, apresentem seus pedidos a Deus." esforças-te muito para difundir a situação. mas nunca funcionou. nem sequer uma vez.

escrevo esta carta porque eu quero ser justa. eu quero que entendas o que é a minha ansiedade e o que se sente, porque eu quero que saibas que eu não estou a ignorar teu conselho. eu sei que as minhas emoções podem ser difíceis de lidar. 

a ansiedade é como um oceano. quando bate, tenho que me esforçar para manter a minha cabeça acima da água. é impressionante e cada momento é como se eu estivesse a um respirar do afogamento. é tão grande, tão vasta e amplia ainda mais para além do que consigo ver. a água é escura e pesada. e quanto mais eu luto contra tudo isso, maiores as águas ficam.

as palavras "acalmar" forçam-me a lutar contra a minha ansiedade. e a água sobe um pouco mais.

deveria ser óbvio, mas lembra-te: se eu pudesse parar a minha ansiedade, eu já o teria feito. estas emoções não são uma escolha, ou algo que eu convidei para a minha vida. eu não sou uma vítima, mas eu certamente não sou uma participante voluntária. então, por favor para de me dizer para me acalmar. por favor, para de usar frases que implicam que eu deveria ser capaz de controlar a minha ansiedade.

eu sei que queres ajudar - não estarias a ler isto se não o quisesses - e eu amo-te por isso. mas precisas parar de tentar a ajudar-me a racionalizar os sentimentos que eu passei minha vida inteira a tentar entender. medos irracionais e emoções não podem ser entendidos. em vez disso, tenta o seguinte: quando a minha ansiedade me puxar para baixo, deixa-me saber que vês a minha luta, mesmo se não a entenderes. reza por mim, mas não me peças para fazer a oração. ouve-me, mas não ofereças soluções "fáceis". mais importante ainda, saber que não tens de me consertar ou fazer a minha ansiedade ir embora. eu quero que sejas meu amigo, não meu terapeuta. eu nunca vou colocar esses tipos de expectativas em ti.

este é um processo de aprendizagem para nós dois. prometo continuar a tentar encontrar novas maneiras de lidar com a minha ansiedade. em troca, eu simplesmente peço-te para continuar a ser meu amigo. amizades como a nossa, são muitas vezes o que mantem minha cabeça acima da água. e isso significa tudo para mim.

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I've been fighting anxiety for many years now. i've read this article the other day that reflexes exactly what i feel and what i would like to say to those who love me.

Full article here:

Let me start by clarifying something. When I refer to my “anxiety,” I’m not simply talking about my fears or situations that make me nervous. I’m not talking about the kind of anxiousness that everyone experiences throughout their life. I’m talking about generalized anxiety disorder (GAD) — a mental condition that affects nearly every aspect of my life in one way or another.

You’ve probably noticed my nervous behaviors: Bailing on plans last minute. Making excuses to stay at home. Chewed nails and sudden crying. Shortness of breath, restlessness, fearing new situations, the inability to go to places alone and panic attacks.

I try to hide my struggles but I know you see it. You see it because you care. And because you care, you often try to help. You tell me to take deep breaths. You tell me to calm down or to stop worrying. With good intentions, you quote Philippians 4:6 to me. “Do not be anxious about anything, but in every situation, by prayer and petition, with thanksgiving, present your requests to God.” You try very hard to diffuse the situation. But it has never worked. Not even once.

I’m writing this letter because I want to be fair to you. I want you to understand what my anxiety is and what it feels like, because I want you to know I’m not ignoring your advice. I know my emotions can be hard for you to deal with and our relationship isn’t an easy one. For that reason, I feel like I owe you an explanation.

Anxiety feels like an ocean. When it hits, I struggle to keep my head above water. It’s overwhelming and every single moment feels like I’m one breathe away from drowning. It’s so big, so vast and extends further than I can see. The water is dark and heavy. And the more I struggle against it all, the higher the waters gets.

The words “calm down” force me to struggle against my anxiety. And the water rises just a little more.

It should be obvious, but please remember: If I could stop my anxiety, I would have done so by now. These emotions are not a choice, or something I’ve invited into my life. I’m not a victim, but I’m certainly not a willing participant. So please stop telling me to calm down. Please stop using phrases that imply I should be able to control my anxiety.

I know you want to help me — you wouldn’t be reading this if you didn’t — and I love you for that. But you need to stop trying to help me rationalize the feelings I’ve spent my whole life trying to understand. Irrational fears and emotions cannot be understood. Instead, try this: When my anxiety is pulling me under, let me know you see my struggle, even if you don’t understand it. Pray for me, but don’t ask me to do the praying. Listen to me, but don’t offer “easy” solutions. Most importantly, know that you don’t have to fix me or make my anxiety go away. I want you to be my friend, not my therapist. I will never put those kinds of expectations on you.

I wish you didn’t have to deal with this. Ironically, you seem to feel the same way about me. So this is a learning process for both of us. I promise to keep trying to find new ways to cope with my anxiety. In return, I simply ask you keep being my friend. Friendships like ours are often what keep my head just above the water. And that means everything to me.

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