Nostalgia..

11.6.16


Nas últimas semanas têm sido raros os dias em que não estou absorvida (aka: obcecada) com o trabalho. 
Mas ir um dia inteirinho para a casa de infância onde o tempo pára um pouco, sem rede, sem net sabe tão bem. Incrível que o mesmo motivo que me aborrecia muito na adolescência hoje em dia é o que mais aprecio e procuro. 
Lá, sou obrigada a desligar. Lá, são centenas as fotografias espalhadas por toda casa. Avós, bisavós, tios, netos, genros,.. curiosamente faltam noras (primos, vamos lá a tratar disso?). As fotos de quem já cá não está, dói um bocadinho. Porque venho para o jardim recordar todas as noites de verão lá passadas e constato que nada mais será o mesmo. É preciso criar novas memórias, novas realidades, novas histórias. O que é normal, eu sei, e de criar novas realidades percebo eu bem. Mas custa. Custa muito. Ter saudades de quem não podemos ver, chamar, falar. 
O sorriso agora é ver os meus filhos a criar as suas próprias memórias na casa dos bisavós. É vê-los a correr a explorar. É vê-los ir á oficina, pegar em todas as ferramentas e dar-lhes o uso que o bisavó já não pode. É vê-los interessados na história que também faz parte deles. É vê-los a pedir para ir ver a bisavó ao lar com genuína vontade. É ver a minha avó a cheirar os meus filhos como quem guarda um tesouro para se agarrar nos momentos mais difíceis. 
Neste jardim, aguardo o resto da família para fazermos os jantares de verão, os grelhados, o falar alto e todos ao mesmo tempo, as crianças a correr, a esfolar os joelhos, a virar comida no chão, os irmãos a discutir, as primas aos gritos, e nós mães a revirar os olhos queixando da vida mas amando com toda a força todos estes momentos e não a querer que eles mudem. Nunca. 
Sei que este Verão quem já partiu será recordado e espero que nos veja e rodeie sempre que nem satélite. 


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Sofia Almeida






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